Grandes comemorações têm data marcada. É o aniversário, a formatura, o casamento; ao passar no vestibular, ver o filho nascer, ganhar uma promoção, dar entrada na casa própria. Nesses momentos, celebramos: pelo fim da luta, pela conquista merecida, pelo sonho que enfim se realiza. E trocamos abraços coletivos, estalamos os copos em brindes, tiramos fotos para o álbum usando roupas novas e nossos melhores sorrisos.
São dias inesquecíveis, esses. E vencer as grandes etapas da vida merece mesmo festa. Mas, confesso, às vezes penso que, mais do que desses grandes eventos, gosto é das pequenas comemorações. Aquelas que não são feitas ao redor de mesas enormes e quase nunca têm testemunhas. Aquelas que são só nossas, dos nossos feitos particulares – e que podem parecer bobagem para um monte de gente, mas significam muito para nós, que sabemos melhor do que ninguém das nossas aspirações e dificuldades.
Como aquele dia em que consegui mergulhar de cabeça na piscina. A gloriosa tarde em que andei de bicicleta sem rodinhas. Quando acendi o fogão pela primeira vez usando fósforos, vencendo meu pavor do fogo. A primeira noite morando sozinho. Ou mesmo coisas mais banais, como acordar e sentir a roupa mais larga na cintura. Ver a plantinha que andava murcha enfim rebrotar. Quando a receita dá certo e todos à mesa suspiram a cada garfada. Ou quando enfim encontro algo que pensei estar perdido para sempre, como o título de eleitor – ou um amigo que não via havia anos.
A vida é cheia de pequenos motivos para celebrar. Fez a baliza? Marcou um gol na pelada? Acertou passar o delineador? Terminou um bom trabalho? Hoje tem sol? Então, vamos comemorar. Pode ser só um autoelogio silencioso. Ou um “yes” e um soco no ar, como nos filmes. Quem sabe uma dancinha, quando ninguém estiver olhando. O importante é não deixar passar. Vamos ser mais generosos. Com os outros e com a gente mesmo. E celebrar cada dia e cada feito não pelo tamanho, mas simplesmente porque nos mostram que a vida é boa e que nós conseguimos, sim.
Amei...
ResponderExcluirAdorei o texto de um mês de férias... Rsrsrs
ResponderExcluiradorei.
ResponderExcluirMuito bom.
ResponderExcluirSeu blog é show!
ResponderExcluirQuantos anos? Até que enfim acabou o regime.
ResponderExcluirAmei o texto, parabéns pela volta.
ResponderExcluirNossa vc ainda esta vivo?
ResponderExcluiramei o texto.
ResponderExcluirNossa, nossa... Assim você me mata!
ResponderExcluirSeu blog é excêntrico, muito bom.
ResponderExcluir