9º Post: Da série.
...Precisamos mesmo ser tão críticos?
Alguns anos atrás, eu estava muito, muito preocupado. Sabe quando momentos simples do dia a dia como tomar banho e almoçar precisam ser contados no relógio, senão você não dá conta do resto das tarefas? Pois eu estava lidando com tudo relativamente bem, até que dei uma surtada – leia-se: vivi uma crise de choro assim que entrei no carro (alias, se tem uma coisa que sempre achei chique e cinematográfica é chorar no carro. Principalmente se estiver chovendo. Mas voltemos ao assunto). Liguei para uma amiga, e aí ela veio com uma frase incrível, perfeita, mágica: “Calma, é só uma fase”.
Certo, você pode não ter encontrado magia nenhuma na droga da frase (e eu piorei tudo já adiantando a frase no titulo, mas eu queria dar esse titulo, sabe?). Mas, naquele momento em que tudo à minha volta parecia desmoronar – ok, menos drama -, ter alguém me lembrando de que minha vida não era aquela correria, mas que aquela correria era só um pedacinho dela, foi libertador. Depois daquele dia, tento me lembrar mais disso.
Não sei você, mas eu, às vezes, tendo a achar que o presente pode ser congelado no tempo. Principalmente quando a coisa está muito ruim ou muita boa para o meu lado – nessas horas, minha mente adora me brindar com pensamentos como “olha que maravilha, que simples que as coisas são! Que bobo era você quando chorava!” ou “olha que horror que péssimas que as coisas são” você nunca conheceu a felicidade!” Bom, falando assim, fica parecendo meio histérico da minha parte, mas o ponto é: às vezes, pode acontecer de a gente viver tão intensamente que se esquece de que o tempo flui e as coisas mudam.
Tenho uma amiga que ama dizer coisas como “eu nunca faria isso que a B. fez comigo”, sendo que, mês passado, ela fez isso, e com a própria B. Essa minha amiga é daquelas que congelam o tempo em intervalos bem curtos: é capaz de dizer que odeia filmes de um determinado tipo sendo que, dois dias antes, amou um filme assim. Ela vive tanto o presente que nem se lembra de que já fez coisas que não fariam agora, que já teve opiniões diferentes e provavelmente terá outras no futuro.
Não que isso seja um problema (apesar de ser chato quando ela é intolerante com a B. como se ela mesma nunca tivesse feito isso, mas beleza), mas o susto é grande quando a gente se toca de que, como Lulu Santos tentou avisar, a vida vem em ondas, como no mar. Como assim, não estou sentindo mais aquilo por ele? Como, eu tinha encontrado a chave da felicidade e agora estou aqui, péssimo? E como minha vida era tão legal e agora é só essa correria louca?
Foi só ouvir a palavra “Fase” que eu, imerso na correria, consegui ver aquela loucura de fora um pouquinho e lembrar: as coisas não são assim, elas estão assim. No momento, estou numa fase em que correr é necessário – mais que isso: correr é o melhor que posso fazer agora. Depois, passa.
E passou. Já faz um tempo que tenho dias infinitamente mais calmos que naquela época. Claro, em alguns momentos eu que me pego pensando: “Como minha vida é tranqüila, né? Todo mundo correndo e eu aqui comendo chocolate”. Como se fosse durar para sempre. Não dura. E, sem querer pagar de ponderado, mas pagando, não que isso seja bom nem ruim: é só que isso seja bom nem ruim: é só que não dura. E é bom se lembrar disso de vez em quando.
Nossa esse texto me ajudou muito!
ResponderExcluirAmei a crônica, tudo haver com o nosso dia a dia.
ResponderExcluirMinha ida é assim...
ResponderExcluirRi muito com o texto!
ResponderExcluirSeus textos são show, e a série é perfeita!
ResponderExcluirAmei a cara nova do blog, parabéns!
ResponderExcluirAdorei o texto, muito bom!
ResponderExcluirEu me sinto assim também, mas odeio quando alguém me fala essa frase "Calam, isso é só um fase!"
ResponderExcluirAmei seu texto...
ResponderExcluirEu li seu blog hoje por acaso, abri via um replies do twitter, achei você muito criativo e autentico nos fatos de seus temores diários. Parabéns!
ResponderExcluirAdorei o texto, estava assim esses dias e achei muito bom ler o texto, me ajudou um pouco!
ResponderExcluirSOU SUSPEITO PRA FALAR, E VOCÊ JÁ SABE QUE QUANDO FICAR FAMOSOS E VIRAR UM ESCRITOR MUITO REQUISITADO, SEREI O PRIMEIRO DA FILA PRA PEGAR AUTÓGRAFOS E FAZER DISCURSOS. MINHAS FILHAS TE ADORAM, E NEM SABEM AO MENOS SE VOCÊ É REALMENTE HOMEM OU MULHER, AS VEZES ELAS ME PERGUNTAM. "PAI, SERÁ QUE O MEL É A MEL?" OU "SERÁ QUE ELE É UM COROA BEM CACURUCAIA (EXPRESSÃO DADA A PESSOAS MAIS VELHAS NA MINHA CIDADE)?". SE É OU NÃO É EU NÃO SEI, SÓ SEI QUE APRENDI A GOSTAR DE VOCÊ ATRAVÉS DE SEUS TEXTOS, QUE ME DEIXAM ENTERNECIDO.
ResponderExcluirAmo seus textos a série então nem se fala, é muuuuuuitooooo... legal!
ResponderExcluirEstava vendo os textos da série e achei cada um mais louco que o outro, o do cinema é maluquete e o do pai então nem se fala! Adorei todos os (amei essa expressão).
ResponderExcluirAdorei seu blog!
ResponderExcluirCronica muito boa!
ResponderExcluirAdorei o texto, achei muito interessante.
ResponderExcluirSeu blog é show!
ResponderExcluirVoce falou do Rodrigão, porque não fala do Sam de glee... ele é tão lindo quanto!
ResponderExcluirAdorei o texto, é isso ai mesmo... 'É só uma fase!'
ResponderExcluirMel Martinelli o segundo Prata da literatura de crônicas do Brasil!
ResponderExcluirMuito legal essa crônica, adorei o jeito que descreveu a sua amiga que falou mal da B, eu sou assim também. Esqueço as coisas muito fácil e deixo de gostar rapidamente, coisas de Escorpiana.
ResponderExcluirAdorei seu perfil...
ResponderExcluirSempre entro no seu blog e morro de rir com seu jeito de escrever os textos!
ResponderExcluirSeus textos são ótimos!
ResponderExcluirAdorei o texto, sua cara!
ResponderExcluirVocê esta lendo "O Discurso do Rei"? Adorei o filme quero ler o livro.
ResponderExcluirSeu texto é louco.
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