quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sobre falar com... com quem mesmo?


E daí que eu fale sozinho? Quem se importa com o fato de eu jurar que as paredes tem ouvidos? Na falta de alguém para compreender minhas neuras, converso com o nada. O vazio entende minhas inseguranças, meus medos, minha estúpida mania de auto-cobrança e meus estranhos desejos. Além disso, ele não opinia, o que faz com que aceite tudo o que digo com a maior naturalidade. Isso ultrapassa qualquer palavra amiga ou conselho gratuito. Se grito ou falo baixinho, não faz diferença. Os móveis e o chão frio entendem o que quero dizer. Se cuspo palavras bonitas ou termos chulos, pouco importa. Tenho a impressão de que tudo o que falei foi compreendido da melhor maneira. Eu já tentei trocar minha cama por um pedacinho de papel, na esperança de transformar toda a minha raiva em poema. Mas não deu certo. Seria demais para pobre folha aturar meus socos sem poder fazer nada. O meu colchão consegue suportar toda essa fúria. O melhor de tudo é que, tanto os objetos, como a estrutura do meu quarto, permanecem no mesmo lugar. Me coloque diante de uma pessoa, e verás que a situação não será a mesma. Ela saíra correndo quando me ouvir gritar tudo aquilo me sufoca por dentro.

Um comentário:

  1. eu tbm sempre falei sozinho, axo a coisa mas normal do mundo.

    Leilani - MT.

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