sábado, 12 de abril de 2008

Até quando isso durará?

  • Na última semana, mais um caso de violência infantil teve destaque no Brasil. A menina Isabela Nardoni, de cinco anos, foi jogada do sexto andar de um edifício residencial em São Paulo. Logo que a notícia tomou conta dos telejornais, sabia-se apenas que a janela de um dos quartos estava com a tela de proteção cortada e que havia manchas de sangue pela casa. Mas peritos da Polícia Civil revelaram que a menor, antes da queda, foi espancada e asfixiada, tendo como suspeitos o próprio pai e madrasta. Em meio de mandatos de prisão, imagens do circuito interno de um supermercado e laudos a concluir, pergunta-se: até que ponto chegou a crueldade humana? Isso é conseqüência de um país de fraco no quesito punição? Será que barbaridades como essas se tornaram comuns para a sociedade? Dúvidas.
  • Nunca viveu-se uma época tão fria e cruel. Em 2007, episódios semelhantes como o de Isabella tiveram seu espaço na mídia por um tempo, e hoje pouco se falam neles. A questão não é apenas lembrar o que aconteceu com João Hélio, menino que foi arrastado preso ao cinto de segurança por bandidos, mas sim a falta de punição contra quem comete esse tipo de maldade. Fatos que demonstram uma extrema desumanidade levam semanas para serem concluídos e, quando isso acontece, dois ou três anos são suficientes para que o culpado arque com os seus atos. Tratando-se de jovens entre 14 e 17 anos, a pena é inexistente, o que contribui para que esses se tornem verdadeiros marginais no futuro.

  • E que motivos levariam uma pessoa a assassinar uma criança? Convincentes, nenhum. Nem mesmo loucura ou o uso de drogas ilícidas podem explicar tanto martírio. Talvez a falta de humanidade, uma vez que existam seres capazes de sentirem prazer em praticar esse tipo de barbaridade. Mesmo assim, faltam explicações lógicas.
  • É bom ressaltar que todo ano pelo menos um caso de pedofilia e homicídio vira manchete de jornal. Dessa forma, é possível dizer que a sociedade acostumou-se com tal situação, já que histórias como a de João Hélio se repetem a todo instante. O que muda são os personagens e o tom cinza das letras de uma reportagem para outra. Mas a indignação perante tantas torturas permanece a mesma. Até quando isso durará?

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