Desde que comprei um celular, há dez anos, as esperas no ponto de ônibus, o cafezinho solitário no meio da tarde, as andanças na rua ou o contemplar de uma paisagem passaram a ser momentos menos meus. Nunca estou sozinho: a possibilidade de compartilhar o instante com quem não está ali me acompanha.
Na era das comunicações instantâneas, há sempre um telefone tocando, uma mensagem chegando, uma janela piscando no computador. Nesses tempos, solidão e silêncio são quase defeitos: se não estou falando com alguém, parece que há algo errado comigo. Foi em madrugadas insones que consegui dispensar todas as companhias para me encontrar com o mais ausente: eu mesmo.
A sós, pude me fazer perguntas difíceis e respondê-las em voz alta. Ensaiar conversas que gostaria de ter. Ou apenas ficar quieto e à toa – sem me sentir esquisitão por isso. E descobri que a solidão é o espaço mais verdadeiro e tranqüilo que podemos explorar: longe dos olhos dos outros, somos quem somos, e não quem deveríamos ser. Agora, exercito a solidão diurna. Ir ao cinema sozinho, tomar um café com o celular desligado e caminhar sem companhia têm me ensinado a separar o que é estar com alguém por vontade e o que é se manter conectado por simples ansiedade. E minha companhia tem ficado cada vez melhor.
Lindooooo, muito real!
ResponderExcluirA sós, pensei que fosse uma história de amor!
ResponderExcluirEu também me sinto assim, na maioria das vezes.
ResponderExcluirQuando li a sós, pensei que você tinha casado! Rsrsrsrsrss
ResponderExcluirAdoro seu jeito de escrever.
ResponderExcluirLindo, lindo, lindo Post!
ResponderExcluirAdorei...
ResponderExcluirSeus textos como sempre são ótimos.
ResponderExcluirSempre gostei do seu blog, seus textos são perfeitos.
ResponderExcluirVerdade fazer algumas coisas só é bem melhor e muito mais fortificante.
ResponderExcluirMuito boa a crônica.
ResponderExcluirContinue nesse estilo, muitooooo bom!
ResponderExcluirAdorei!
ResponderExcluirVoce é ridiculo se espondo assim no plog!
ResponderExcluirAdorei!
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