Sorria, meu bem.

Há tantos tipos de sorriso quanto de emoção. A gargalhada inesperada, que faz engasgar e sair o refrigerante pelo nariz (e depois gargalhar mais ainda pelo mico que passou). Risada de fazer lágrimas, queimar a barriga e torcer as pernas para não soltar a bexiga. Tem aquele risinho nervoso, de frio na barriga e vergonha (muito comum no meu caso), que dá em montanha russa e nos segundos antes de subir no palco.

Tem o riso histérico também, meio grito, meio louco, meio bruxa má do leste. E o riso de escárnio, debochado, de quem queria mesmo era estar chutando a canela. Tem quem ria chorando, no fim de filmes felizes (ou quando apesar da desgraça, ufa, ainda sobrou uma piada). E o sorriso sedutor, dado com o melhor ângulo e lançado com pestanas meio baixas.

Tem acesso de riso, que começa de bobeira, pega um, pega outro, e de repente todo mundo está se contorcendo. Sorriso amarelo para as ocasiões sem graça. O apaixonado, que vem suspirando. Sorriso só lábios esticados para as coisas simpáticas. 

Tem quem ria com os olhos, mesmo que a boca finja não achar graça. E o sorriso a contragosto, quando a vontade é de fazer bico?  Tem risadinha de quem fez bobagem. Bom mesmo é riso aberto, largo, com todos os dentes, felicidade pura, um riso assim, de dentro pra fora. 

E tem sorriso assim, simples, desses que acompanham palavras (de oi, obrigado, tchau) ou despertam por um música, uma paisagem, um gosto bom – nada de engraçado, a graça está é no jeito de a gente olhar.

Mas variados do que os sorrisos, só mesmo os motivos para rir...