sexta-feira, 3 de julho de 2009

Michael Jackson e nossos fantasmas.

Pensei bastante se escrevia ou não sobre a morte de Michael Jackson. Com já postei aqui algumas homenagens ele não poderia ficar de fora. E, é bem difícil escapar de um tema tão obrigatório, tamanha foi sua importância no cenário cultural das últimas três décadas do século 20 e dada a repercussão do fato, a primeira morte de grande celeridade global em tempos de Internet – exceção feita ao papa João Paulo 2º, claro.

Mas o que dizer sobre um ídolo tão complexo e fenômeno cultural tão vasto? Lembrar que ele foi o primeiro negro a ocupar as telas da MTV e ser idolatrado por garotos brancos nos EUA? Afirmar que, a rigor, foi ele o criador do que hoje chamamos musica pop, ao fundir a fronteira entre o rock’n’roll branco e a musica negra americana (soul, funk, disco, rhythm’n’blues)?
Ou então, rememorar a infância perdida sob as ordens de um pai tirânico, que exigia dele e de seus irmãos a dedicação de profissionais adultos e o espancava quando não ficava satisfeito? Apontar sua genialidade precoce, evidente já na época dos Jackson Five e confirmada com o início de sua carreira solo? Ressaltar suas esquisitices de negro transformado em branco? Ou seu comportamento bizarro de adulto que vivia como criança e foi acusado de abusar sexualmente de alguns de seus amigos infantis?

Mas o que mais me impressiona nessa historia é como Michael Jackson parece ter sido derrotado pelos seus fantasmas pessoais, morrendo sozinho aos 50 anos, quando ainda poderia estar produzindo e encantando – Madonna é um exemplo de destino alternativo.
A tentativa de recuperar a infância perdida sob a ditadura do pai, a dificuldade de aceitar a si mesmo, a busca por um mundo encantado e protegido do exterior, tudo o puxava para baixo. Se subiu até onde chegou, é porque tinha um talento. Mas toda a genialidade musical de Jackson e tudo que ele obteve com ela não foram suficientes para lhe dar condições de enfrentar as feridas que a vida lhe deixou.

Todo mundo tem fantasmas a enfrentar. Algumas pessoas tomam consciência das origens internas de algumas de suas dificuldades e conseguem encará-las, às vezes, até mesmo vencê-las. Outras nem percebem o quanto são assombradas por eles, o quanto sofrem por conta dessas feridas que continuam doendo embaixo da cicatriz. Exigidas pelo esforço de sobreviver, seguem em frente aos trancos e barrancos, do jeito que dá.Há, porem, os que perdem a luta. Deixam-se engolfar pelos problemas e afundam-se em sua própria angústia. Ignorar os fantasmas que seguem nossos passos pode permitir que eles se tornem mais fortes que nós.

Aí, a morte real e virtual é só questão de tempo.

9 comentários:

  1. Eu amava o Michael, e acho que realmente foi um desasstre ele morrer só aos 50 anos de idade, mesmo assim ele saiu da vida pra virar historia!

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  2. Nossos fantasmas?? super original! ele se perdeu na sua tragetoria!

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  3. Vou sentir muita falta do MJ.

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  4. Acho que o post da Dercy e o do Clodovil foi um pouco evasivo, prefiro o do MJ!!!!

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  5. O MJ com certeza foi uma pessoa totalmente complexada!! Te adoro Mel

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  6. Adorava o MJ, mas curtia muito mas os passos dele, vou sentir falta, não muita mas vou!!!!!

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  7. Hj foi muito triste o funeral do MJ.

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  8. A mariah Carey arrasou contando!! Chorei pacas...

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  9. I Love MJ, Ben!!!!!

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