sábado, 4 de abril de 2009

Chocolate ou sorvete?

Se as opções que a gente tem fossem só essas...

Há uns messes atrás, fui jantar na casa dos tios de uma amiga e um dialogo bobo acabou me marcando. Essa casa tinha uma biblioteca gigante, com todos os livros do mundo e mais alguns (ta, vou tentar seguir o texto sem tanto exagero).
Depois de comer, fomos lá dar uma olhada. E aí eu, num momento nerd descontrolado, soltei: “Que desespero! Tem tanta coisa que quero ler e nunca vou conseguir ler tudo! O que eu faço?” e minha amiga num momento evoluída e ponderada, disse: “Você faz escolhas”. Como quem não quer nada, a chatinha resumiu algo que conhecemos bem: queremos ter tudo e mais alguma coisa nesta vida, mas não podemos. E aí precisamos escolher.
Ter opções é muito dinâmico, claro. Sair para comprar xampu e ter zilhões de tipos à disposição. Ser livre para se jogar em namoros, amizades, cursos, planos, viagens, modos de ver a vida – e para colocar um ponto final nisso tudo, se quiser. Você pode sair do colégio e ir direto para a faculdade ou negociar com seus pais um intercâmbio antes disso. Falando em faculdade, pode escolher um entre mil cursos. Pode namorar mil pessoas e casar um dia, assim como pode não casar e ter um filho com sua melhor amiga, não ter filhos, casar varias vezes, fazer um voto de abstinência.
O problema é que, quanto mais opções temos, mais eufóricos ficamos e... mais confusos. Exatamente como eu e minha amiga na biblioteca. Tá, só eu, já que estava todo pagando de evoluído e ponderado. Enfim: como tem mil coisas para a gente fazer – umas mais fáceis, outras mais difíceis, umas mais ao nosso alcance, outras nem tanto – e como existem varias possibilidades de agir – e não só agir, mas de desejar, de sonhar -, ficamos perdidos. Ainda mais porque não podemos ter tudo. Não podemos mesmo? Sem querer ser chato: não. Não podemos.
Desculpa, mas não dá para você ter um namoro de dez mil anos e querer o mesmo frio na barriga do começo. Não dá para ser comissário de bordo sem abrir mão da estabilidade de uma rotina. Não dá para fazer um intercâmbio tendo a garantia de que os sentimentos pelo seu namorado não vão mudar. Não dá para ser legal o tempo todo e nunca dizer “não” sem se prejudicar. Não dá para comer quilos de chocolate sem engordar. A gente vive tendo que eleger prioridades, decidindo aonde vai colocar mais energia e tempo e percebendo que, se ganhamos de um lado, perdemos de outro. A gente vive tendo que escolher.
É fácil? Não. Mas pode ser delicioso? Pode, ainda mais se não formos com muita sede ao pote. Sem querer voltar ao passado nem nada, há uns 70 anos, o pessoal tinha muito menos opções. De coisas para fazer, de cursos para escolher, de xampu. Hoje, a gente tem, mas fica angustiado. Quem sabe nos sentimos mais felizes se tivermos a consciência de que, escolhendo algumas coisas, em vez de tudo, ficaremos menos frustrados e aproveitaremos melhor a vida. Não leremos todos os livros da biblioteca, mas leremos vários. E muito mais bem lidos do que se continuássemos tentando ler tudo.

p.s:. Sou canceriano com ascendente em Sargitario, e meu signo lunar é Cancer. complicado né!

3 comentários:

  1. De Fato é impossivel, vc saber oq realmente vai decidir do seu futuro, Assim do nada! As pessoas complicam tudo fazendo a gente achar que é facil como escolher um pote de sorvete ou uma barra de chocolate! Disse tudo Mel!

    Bjins...

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  2. chocolate é melhor

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  3. sorvete é teu fraco, né? com certeza tenho uma vasta experiência pra adivinhar as coisas.

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